Em uma mistura surpreendente das danças de salão Forró, Zouk, Samba com o Funk, o espetáculo Dança Tátil parte da experimentação dos sentidos do corpo traduzidos por elementos da natureza terra, fogo, ar e água. A montagem inédita é resultado de oficinas e aulas para democratizar o acesso e para aproximar pessoas que nunca tiveram contato com a dança
Proposto pelo coletivo e Ponto de Cultura Coisa Nossa, o Dança Tátil faz parte das ações continuadas das atividades pedagógicas e de pesquisa do coletivo. Após quatro meses de encontros sensíveis, troca de saberes e experimentações com o toque, o movimento e os ritmos brasileiros, pessoas participantes do curso apresentam ao público um fragmento coreográfico inédito construído de forma coletiva com as professoras Luiza Machado, Aline Lussanti, Débora Tavares além das professoras assistentes e convidadas Camila Paulucci, Cassia Messeder, Gana, Heloísa Ferreira e Laila Coelho Silva. Com estética contemporânea, que busca investigar e refletir sobre as vertentes tradicionais ancestrais do Forró, do samba e do Zouk, o Dança Tátil é um espetáculo sensível com movimentos que respeitam as formas de cada dança, mas, que ao mesmo tempo, traz novos ares ao transitar entre metodologias de dança que exploram a pedagogia, conexão e resposta. Apresentação gratuita e aberta ao público no Teatro Espanca (Rua Aarão Réis, 542, Centro|BH), nesta segunda, 7 de julho, às 20h30. Os ingressos estão disponíveis pela plataforma Sympla https://www.sympla.com.br/evento/danca-tatil
A proposta do projeto era aproximar e acessibilizar através de aulas de dança gratuitas para pessoas de diferentes faixas etárias para promover a interação intergeracional, além de pessoas LGBTQIAP+ e/ou em situação de vulnerabilidade social. A apresentação é resultado do processo que é um momento de celebração da diversidade dos corpos, das trajetórias individuais e da dança como ferramenta de conexão, liberdade e inclusão. Fazem parte do elenco: Amê Souza, Barbara Marques Sales, Cleide Janaina Pereira Lucas, Devore Antonacci, Gabriella Alces Custodio, Janaína Lisiak, Juliana Gonçalves dos Santos, Laila Coelho,Ludmila Marinho, Manuele Souza, Patricia Campos Gomes e Yara Molive.
Para Priscilla Rangel proponente do projeto e que assina direção de arte e coreográfica, “espetáculo Dança Tátil parte da sensibilização e da explicação dos sentidos, principalmente do tato para criação de movimentos. Nas cenas exploramos imagens e seus volumes utilizando os elementos da natureza para ampliar e traduzir as sensações de nossa percepção sinestésica do tato, da pele, do movimento e dos demais sentidos”.
Sobre o espetáculo Dividido em quatro grandes blocos, em que cada um representa um elemento da natureza, um animal traz o simbolismo e a sensação em uma dança. No primeiro bloco, o Samba, a terra e a formiga trazem o lastro temporal de renascimento e transformação do indivíduo dançante em sua individualidade, bem como no movimento coletivo. Já no segundo bloco, a água o cardume a desaguar pelo salão com os movimentos do Zouk em que o público é convidado a se sentir parte de um grande oceano.
Em um terceiro momento com o Forró, o elemento ar apresenta sua leveza através de uma pássaro — Vamos voar juntos. E no quarto e último movimento com o Funk: o fogo. O calor desse elemento se transforma em chama e transmuta um pouco do que a gente vê e sente por aí. O figurino foi criado, pensado e desenvolvido pelas professoras do projeto para representar e dar forma aos volumes, às imagens, às sensações e às texturas do espetáculo que contribui no sensibilizar e no aguçar dos sentidos do espectador ao passear por formas, volumes e elementos traduzindo sensações em movimento.
A coordenadora pedagógica e professora Luiza Machado reafirma que dança é para todas as pessoas. “O Dança Tátil foi desenvolvido para que cada pessoa possa confiar em seu próprio corpo ao ser estimulado a encontrar seu caminho por meio do Forró, do Samba de Gafieira e Zouk. É tempo do corpo sentir o movimento — principalmente quem nunca dançou e, por vezes, acredita que não nasceu para isso. Aqui, cada participante é convidado a contar, através dos ritmos, história do próprio corpo. Dança é para todes!”
A condução compartilhada, a alternância de condução e demais vertentes fazem parte do projeto e de seu resultado que pode ser apreciado pelo público na segunda-feira, 7. Para Graziê, coordenadora de produção, a dança de salão reflete a pesquisa sobre movimentação, gênero e história. “Acompanho o Coisa Nossa desde o início e é emocionante ver cada projeto ampliar nossos sonhos e afetos coletivos. Produzir o Dança Tátil foi afirmar, mais uma vez, o poder dessa coletividade. Essa equipe me orgulha e fortalece o sonho que dançamos juntos”, afirma.
Sobre o Coisa Nossa – Desde 2019, por meio das aulas, bailes, imersões, cursos, pesquisas e eventos, o Coisa Nossa se nutre do desejo de construir um espaço seguro para que cada pessoa possa desabrochar e se apropriar do SER SI MESMO ao se conectar com as danças sociais como o Forró, Samba, Zouk, Bolero e Tango e Valsa.
O projeto Dança Tátil é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio do edital 08/2023 – Territórios e Paisagens Culturais da SECULT/MG.
Mariana Moreira Cordeiro 31987821287 [email protected]