Rio de Janeiro — Na manhã desta quarta-feira (16), a Polícia Civil prendeu o investidor Pablo Henrique Borges, de 28 anos, em sua mansão em Angra dos Reis, litoral fluminense. Borges, conhecido no mercado de criptomoedas, é acusado de orquestrar um esquema que drenou R$ 400 milhões de contas bancárias alheias e de ser um dos mandantes do assassinato do traficante internacional Anselmo Becheli Fausta, ocorrido no dia 27 de dezembro do último ano.
Detalhes da Operação
Agentes da 38ª DP (Brás de Pina) realizaram a captura de Borges, que alugava a propriedade por uma diária de R$ 15 mil. Investigadores haviam intensificado o monitoramento do suspeito, culminando com uma operação de busca e apreensão na terça-feira (15) em outra residência de Borges, localizada no bairro do Morumbi, São Paulo. Durante a operação, foram apreendidos um Porsche Taycan, diversos passaportes e documentos, incluindo itens pertencentes à esposa de Borges, a influenciadora digital Marcella Portugal Borges.
Conexões com o Crime Organizado
De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, a E-Price Capital Participações, empresa de Borges, servia como uma fachada para movimentações financeiras do Primeiro Comando da Capital (PCC). O empresário é suspeito de lavar dinheiro por meio da criptomoeda bitcoin, canalizando fundos para a facção criminosa.
Motivação e Assassinato
O assassinato de Anselmo Becheli é apontado como uma represália por um investimento mal-sucedido de R$ 100 milhões pertencentes a Becheli, também ligado ao PCC. A perda financeira teria levado Borges a ordenar o homicídio, agravando as acusações contra ele.
Esquema de Fraude Detalhado
O esquema de fraude engendrado por Borges e seus associados envolvia o pagamento de boletos com descontos de 50%, oferecidos via redes sociais e WhatsApp. Os pagamentos eram realizados através da invasão de contas bancárias, afetando mais de 23 mil contas e acumulando um prejuízo milionário. A operação foi possível graças a um sofisticado sistema de roubo de senhas desenvolvido por um programador de Goiás.
Estilo de Vida Luxuoso
Pablo Borges já havia sido detido em 2018 na Operação Ostentação, mas conseguiu um acordo para colaborar com as investigações em troca de prisão domiciliar. Desde então, Borges ostentava uma vida de luxo, com propriedades de alto padrão e veículos caros, incluindo uma Maserati, uma Lamborghini e duas Ferraris. Ele também gastava extravagâncias em eventos internacionais, como alugar um iate para assistir ao Grande Prêmio de Fórmula 1 em Mônaco.
O caso segue em investigação, e as autoridades esperam desvendar mais detalhes sobre a rede de operações ilícitas liderada por Pablo Henrique Borges.