O avanço exponencial da inteligência artificial tem levantado preocupações significativas sobre seu impacto ambiental. Recentemente, em julho de 2024, o Google divulgou um aumento de quase 50% em suas emissões de gases de efeito estufa nos últimos cinco anos, principalmente devido ao aumento da demanda energética em seus centros de dados e às emissões da cadeia de suprimentos. Pouco tempo antes, em 2020, a Microsoft também revelou um crescimento de 30% em suas emissões, impulsionado pela expansão de seus data centers para atender à crescente demanda por inteligência artificial.
O uso intensivo de energia e recursos naturais pela tecnologia de IA tem chamado a atenção de especialistas. John Paul Lima, diretor acadêmico da graduação da FIAP ON e especialista em IA, destaca que uma simples consulta em um modelo como o ChatGPT consome cerca de dez vezes mais energia do que uma pesquisa em um mecanismo de busca tradicional como o Google.
Além disso, a produção dos equipamentos utilizados no treinamento de modelos de IA também apresenta desafios ambientais, envolvendo materiais como silício, metais e plásticos, bem como o descarte de materiais tóxicos. Apesar disso, Lima ressalta que os sistemas de IA estão se tornando mais eficientes ao longo do tempo.
Embora a responsabilidade do usuário possa influenciar no consumo energético, o foco da discussão deve estar na responsabilidade das empresas e em regulamentações governamentais. É importante que políticas sustentáveis sejam adotadas para minimizar os impactos negativos da inteligência artificial no meio ambiente.
Apesar dos desafios, a inteligência artificial também pode ser uma aliada da sustentabilidade, por meio de aplicações como o monitoramento de crimes ambientais e a previsão de desastres naturais. O avanço tecnológico deve ser acompanhado de estratégias para reduzir seus impactos negativos e ampliar seu potencial para apoiar a preservação ambiental.
