Alvo da PF por tráfico de armas deixou motoboy paraplégico e desacatou agente da Lei Seca: ‘Pobre de m…!’

Silas foi um dos 3 presos pela PF durante a apreensão de 47 fuzis na Barra da Tijuca.

Silas Diniz Carvalho, o fabricante de móveis mineiro que foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) contra o tráfico de armas, é réu por ter deixado um motoboy paraplégico em um acidente e responde por ter desacatado uma agente da Lei Seca ao ser parado com um carro de R$ 1,2 milhão sem placa.

Silas foi preso pela PF durante a apreensão de 47 fuzis na Barra da Tijuca na última terça-feira (10) — ao lado de Rogério Paes Bento e Guilherme Beethoven Barbosa das Chagas.

A Polícia Federal afirma que Silas alugou a mansão de luxo onde estavam 37 dos fuzis. Ainda de acordo com a PF, Silas jogou do carro uma mala com outros 10 fuzis quando viu que estava sendo perseguido pelos agentes.

Nesta quinta-feira (12), em audiência de custódia, a Justiça Federal decidiu converter em preventiva a prisão em flagrante contra os três.

Silas responde a pelo menos 2 processos, um na Justiça de MG, outro na do RJ. Veja em detalhes.

O processo em MG
Em Minas, o fabricante tornou-se réu por lesão corporal grave após deixar um motoboy paraplégico.

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, na noite de 6 de outubro de 2021 Silas jogou o Audi Q3 que dirigia contra a moto pilotada por Rafael Gustavo Alves de Jesus no Barro Preto, em Belo Horizonte.

Uma testemunha contou que Silas e Rafael “estavam em alta velocidade e discutindo aos gritos”. O MPMG afirmou que Silas “acelerou e bateu contra a motocicleta, jogando a vítima ao chão”.

Rafael foi internado no Hospital João XXIII com fortes dores na coluna, e 7 dias depois os médicos confirmaram a paralisia dos membros inferiores.

O processo na Justiça está na fase de resposta à acusação — para então sair a sentença ou a absolvição.

O processo no RJ
No Rio de Janeiro, Silas é investigado por desacato. O episódio foi no mês passado.

Uma servidora do Detran-RJ afirmou, em depoimento à 9ª DP (Catete), que no fim da noite de 11 de setembro Silas foi parado na blitz da Lei Seca na Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, em um Audi RSQ8 — avaliado em R$ 1,2 milhão — sem placa. O veículo tinha sido comprado um dia antes.

Silas se recusou a realizar o teste do bafômetro, o que, pela Lei Seca, permitiria aos agentes que rebocassem o Audi. Nesse momento, segundo a funcionária do Detran, começaram as ofensas.

“Silas disse que é rico e tem dinheiro para comprar mais 15 carros, e que a declarante [a servidora] é uma pobre de m*rda que vai morrer trabalhando”, detalhou o termo de declaração.

A Operação War Dogs

Depois de achar os 47 fuzis, a PF pediu à Justiça mandados de busca em endereços dos três. O Plantão Judiciário expediu 10, e já no dia seguinte 

By Godofredo Mofarej

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